Era uma vez um menino chamado Narciso. Narciso era uma criança linda e chamava a atenção de todos por sua beleza. Filho da ninfa Liríope e do Deus dos lagos, Céfiso, Narciso cresceu acostumado ao assédio de muitas mulheres (e homens também), mas vivia sozinho. Nunca conseguiu encontrar ninguém digno de seu amor.
Certo dia, quando Narciso ainda era uma criança, sua mãe procurou o adivinho Tirésias para saber se o filho teria uma vida longa. E Tirésias respondeu: “Ele só viverá muito se não se conhecer”.
E assim foi a vida de Narciso, ignorando e desprezando a todos que ousassem conquistá-lo. Até encontrar uma ninfa nervosa, que após ser ignorada por Narciso, foi lá reclamar com os Deuses: “Ah, para! Quem ele pensa que é?” E a reclamação foi ouvida por Nêmesis, a deusa da vingança, que decidiu punir Narciso.
Durante um passeio, Narciso encontrou uma fonte da água cristalina, tão límpida que quando ele se debruçou sobre a fonte, conseguiu ver seu próprio reflexo na água, como se fosse um espelho. Mas Narciso não se deu conta de que o reflexo era dele mesmo (acorda Narciso!) e acabou se apaixonando pela imagem refletida na água.
O amor foi instantâneo e avassalador. “Que rapaz lindo que olha pra mim”, pensava Narciso. “Não consigo parar de admirá-lo.” Mas esse amor não estava dando muito certo. Narciso não estava sendo correspondido pois não podia conversar, abraçar e beijar o seu amor. Isso estava deixando Narciso frustrado e deprimido. Narciso então começou a ficar tão obcecado por esse amor, que decidiu permanecer à beira da fonte, sem comer e beber nada, esperando que, um dia, seu amor seria correspondido.
O que, é claro, não aconteceu. E Narciso foi definhando, definhando... até que morreu à beira da fonte de água. No lugar onde ele morreu, nasceu uma flor, amarela e branca, que hoje conhecemos por narciso.

O mito de Narciso é uma das histórias mais conhecidas da mitologia grega e se transformou em sinônimo de quem tem excesso de amor-próprio. Muito mais que isso, o narcisismo virou objeto de estudo de cientistas do comportamento, psicólogos, psiquiatras e neurocientistas. A literatura científica em torno da personalidade narcisística é vasta, isso demonstra o impacto que essas pessoas têm na sociedade.
Mas o que causa o narcisismo? É genético? A pessoa nasce narcisista ou desenvolve ao longo da vida? Tem a ver com a criação? Filhos de pais narcisistas serão narcisistas? É doença? Tem cura? Como reconhecer um narcisista?
As perguntas são infinitas, mas antes de entrarmos nesse universo, preciso dizer que, embora existam muitos estudos sobre o comportamento e o transtorno narcisista, grande parte deles ainda não são conclusivos. Temos muitas hipóteses testadas, teorias e até áreas cerebrais mapeadas, mas que ainda não podemos definir como causa/efeito, ou seja, ainda há muito o que se aprender sobre o narcisismo.
Nos últimos 20 anos, o narcisismo vem gerando um especial interesse na comunidade científica e na população em geral, talvez pelas mudanças culturais em que nossa sociedade ocidental tem passado nas últimas décadas. Estamos nos tornando uma sociedade narcisista? Dados indicam que sim. E isso não é nada bom.
O que é narcisismo?

Vamos começar pela definição. Os conceitos mais recentes de narcisismo referem-se a um conjunto de traços de personalidade em que o indivíduo exibe graus variáveis de grandiosidade (sou foda), direito (eu mereço) e vulnerabilidade (eu preciso).
Esses traços são comuns na população em geral e nem sempre são patológicos. Não existe uma linha de corte entre “não narcisistas” e “narcisistas” e eles só causam problemas quando esses traços são bem aumentados, podendo evoluir para um transtorno mental.
Ele pode ser considerado um espectro, com variados níveis de grandiosidade, e possui 2 facetas distintas, mas que andam de mãos dadas: o narcisismo grandioso e o narcisismo vulnerável.
Narcisismo grandioso
O narcisismo grandioso é a carinha feliz do narcisismo. São indivíduos extrovertidos, que dizem ser autoconfiantes, mais inteligentes e atraentes. São independentes e parecem não se importar com a rejeição social, mas são sensíveis ao fracasso de realização. Podem ser bem-sucedidos socialmente, no entanto, o sucesso social de indivíduos com alto narcisismo grandioso também provavelmente será acompanhado por problemas interpessoais, como, por exemplo, em relacionamentos amorosos.
Narcisismo vulnerável
Já o narcisismo vulnerável é a carinha triste do narcisismo. Pessoas com alto nível de narcisismo vulnerável normalmente apresentam-se de maneira muito diferente daqueles com alto nível de narcisismo grandioso: são ansiosos, defensivos e evitativos. São mais introvertidos e centrados neles mesmos. Relatam baixa autoestima e insatisfação com a vida. São mais sensíveis à rejeição social e precisam constantemente da aceitação dos outros para se sentirem bem com eles mesmos.
A pessoa pode ter ambas as faces do narcisismo, oscilando entre uma e outra. Porém, uma característica elas têm em comum: a deficiência de empatia. Independente de serem extrovertidos e alegres, ou introvertidos e depressivos, o narcisista parece ter dificuldade de espelhamento e conexão com seus pares. Daí a dificuldade que eles possuem nos relacionamentos interpessoais, causando sofrimento em quem se relaciona com eles e neles próprios. Podem ser hiperprotetores e controladores, o que mascara uma possível preocupação com o outro. Mas não é que eles não tenham empatia. Eles possuem todos os mecanismos neurais de empatia (diferente do psicopata), mas possuem certa dificuldade em acessá-las. Possivelmente devido ao estilo de vida excessivamente autocentrado.
Como eu já disse, esses traços narcisistas podem ser encontrados em graus variados na população geral. Para avaliação do grau de narcisismo, são utilizados testes psicológicos, sendo que o mais conhecido é o Inventário de Personalidade Narcisista (NPI), muito usado na psicologia e em pesquisas, desenvolvido para avaliar os traços subclínicos de narcisismo na população. Esse teste não deve ser usado para diagnóstico de narcisismo patológico ou de Transtorno da Personalidade Narcisista. Para isso, outros critérios são avaliados.
Transtorno da Personalidade Narcisista
Já o Transtorno da Personalidade Narcisista é sim, considerado um transtorno mental e está catalogado do DSM -5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), um manual utilizado por psiquiatras e profissionais de saúde para diagnosticar doenças mentais. Segundo o manual, para o diagnóstico do transtorno de personalidade narcisista, os pacientes devem ter um padrão persistente de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. Esse padrão se caracteriza por apresentar 5 ou mais das seguintes características:
Uma sensação exagerada e infundada da sua própria importância e talentos (grandiosidade)
Preocupação com fantasias de realizações ilimitadas, influência, poder, inteligência, beleza ou amor perfeito
Convicção de que eles são especiais e únicos e devem associar-se apenas com pessoas do mais alto calibre
Necessidade de ser incondicionalmente admirado
Uma sensação de merecimento
Exploração dos outros para alcançar objetivos próprios
Falta de empatia
Inveja dos outros e convicção de que outros os invejam
Arrogância e altivez
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta.
E aí? Reconheceu alguém?
Por dentro das origens do narcisismo

Somos seres sociais. Quando não estamos fisicamente presente com outras pessoas, estamos interagindo com elas de outras maneiras, seja em pensamento, livros, redes sociais e até em sonhos. Essa conexão social é tão importante que estudiosos afirmam ser um forte preditor de saúde física e emocional, incluindo longevidade. Ao contrário, pessoas solitárias estão mais propensas a terem problemas de saúde.
Considerando essa importância do vínculo com outras pessoas para o bem-estar do indivíduo, é importante entendermos o que acontece quando esse vínculo é ameaçado pela exclusão social. As experiências de exclusão são dolorosas para a maioria das pessoas, e isso provavelmente ocorre porque, em sua essência, elas ameaçam nosso próprio senso de sobrevivência. É uma questão evolutiva. Alguns estudos demonstram que o padrão neural ativado durante experiências de exclusão social e rejeição é semelhante ao encontrado quando a pessoa experimenta dor física (no caso, ativação da ínsula anterior e córtex cingulado dorsal anterior). A rejeição realmente dói!
Sendo assim, não é surpreendente que a rejeição e o ostracismo social estejam associados a uma série de reações negativas, que pode ir de um coração acelerado a um ataque de fúria. E essas reações são universais, acontecem com todo mundo, inclusive em bebês.
Acontece que algumas pessoas possuem uma maior sensibilidade à rejeição que outras e essa sensibilidade parece ser influenciada pelo tipo de apego que ela desenvolveu e pelo temperamento herdado geneticamente.
Um breve resumo sobre a Teoria do Apego
O estilo de apego é um marcador de como os indivíduos abordam as relações sociais e é uma maneira de os indivíduos satisfazerem sua necessidade de pertencimento. As pesquisas sobre o apego têm um longo histórico. O médico e psicanalista inglês John Bowlby desenvolveu a teoria que o apego é inato do ser humano. O médico achava que as experiências das crianças com os pais tinham um papel importante para lhes dar um senso interno de bem-estar que ele chamou de “base segura”. A psicóloga e pesquisadora canadense Mary Ainsworth trabalhou com Bowlby para testar a teoria e juntos criaram uma abordagem de pesquisa chamada “situação estranha”, que se tornou o método padrão para testar o apego de uma criança por um certo cuidador. Essas pesquisas deram origem a várias formas de apego:
Apego seguro | emocionalmente disponível, perceptivo, receptivo |
Apego inseguro - esquivo | emocionalmente indisponível, desatento, indiferente |
Apego inseguro - ambivalente | inconsistente, ora disponível, ora indiferente; intrusivo e ansioso |
Apego inseguro - desorganizado | apavorante, desorientador, gera medo e pânico |
Resumindo, segundo a teoria, o tipo de relação que o cuidador direto (na maioria das vezes, a mãe) tem com a criança, irá definir o tipo de apego que essa criança irá desenvolver e como ela encarará as relações pessoais na vida adulta.
E qual a relação disso com o narcisismo?
Existe uma maior correlação entre o estilo de apego esquivo e ambivalente e o desenvolvimento de traços narcisistas. O cuidador que não consegue se conectar emocionalmente à criança e desenvolver uma “base segura”, gera um sentimento de desconexão. A criança aprende que seu cuidador não é muito disponível para atender às suas necessidades. Para se defender e autorregular, ela pode desenvolver um afastamento sócio-emocional e mecanismos de autoproteção.
Existem algumas correntes de hipóteses plausíveis para o desenvolvimento da personalidade narcisista. Uma delas é de que o narcisismo seja um mecanismo de defesa neural que protegeria a pessoa das dores da rejeição social. Para se protegerem da dor da rejeição, eles se mantêm emocionalmente distantes, dizem ter uma autoestima elevada e culpam o outro pelo que acontece com eles. Mas lá dentro a banda toca diferente.
Os narcisistas, principalmente os patológicos, possuem uma alta reatividade à exclusão social, sendo extremamente sensíveis à avaliação dos outros. Isso quer dizer que o corpo deles reagem de maneira mais intensa quando em situações que ameaçam o ego deles. Por exemplo, quando submetidos a situações socialmente ameaçadoras, como falar em público ou serem avaliados, o corpo deles produz mais cortisol (hormônio relacionado ao stress), a pressão arterial aumenta, a pele fica mais corada... O comportamento narcisista seria, então, uma maneira de se proteger dessas reações fisiológicas indesejáveis.
O narcisismo sob a luz da neurociência

Em relação ao narcisismo, os estudos que envolvem as neurociências e fisiologia são extremamente importantes para se compreender como o narcisista funciona. Até porque os estudos comportamentais parecem ter muito do que chamamos “viés cognitivo”. A máscara que o narcisista usa para definir a sua personalidade nem sempre condiz com a verdade do que se passa dentro dele.
Estudos mostraram que homens narcisistas, mesmo em situações cotidianas normais, possuem maior produção de cortisol que não narcisistas, ou seja, são naturalmente mais estressados. Em mulheres, essa relação foi encontrada em apenas um estudo, de uma amostra relativamente pequena. Portanto, para saber se mulheres narcisistas são também mais estressadas, ainda precisamos de mais estudos.
E tem mais: estudos utilizando ressonância magnética funcional em jovens identificaram uma maior atividade neural em locais associados à dor da rejeição naqueles que apresentaram níveis mais altos de narcisismo, o que corrobora com a hipótese da hipersensibilidade à exclusão social.
Existem algumas pesquisas bastante interessantes que analisam a relação narcisismo/mentira e que mediram os níveis de cortisol e testosterona em homens com alta e baixa pontuação narcisística enquanto contavam mentira. Embora homens altamente narcisistas possuam o nível de cortisol basal mais alto, eles tiveram uma diminuição do cortisol e um aumento de testosterona após contar mentira, em comparação com aqueles com pontuação mais baixa de narcisismo. Os pesquisadores interpretaram isso como um aumento na sensação de prazer e auto engrandecimento durante o ato de enganar os outros. Não encontrei estudos semelhantes feitos em mulheres.
É caro amigo... o corpo não mente. Indivíduos narcisistas podem parecer mentalmente saudáveis e socialmente indiferentes na superfície, mas, na realidade, o traço também está associado a ser socialmente carente e defensivo. Portanto, embora os indivíduos narcisistas tendam a PARECER confiantes e relaxados, eles podem estar focados em evitar a exclusão social por causa de respostas fisiológicas exageradas a experiências sociais negativas (embora os dados atuais ainda não consigam relacionar diretamente a causalidade).
Narcisismo e infância

Existem crianças narcisistas? Sim, existem. Embora o Transtorno de Personalidade Narcisista se desenvolva na idade adulta, já foram encontradas altas pontuações de NPI em crianças de 10 anos de idade. Na verdade, a partir dos 7 anos já se consegue fazer uma análise sobre a auto percepção da criança e avaliar se há traços narcisistas nela.
A exposição excessiva e precoce dos jovens às mídias sociais, juntamente com a falta da construção de uma “base segura” devido a apegos inseguros construídos na infância podem predispor a criança a desenvolver traços narcisistas.
O narcisismo também possui um componente genético, onde o temperamento herdado pelos pais pode, moderadamente, influenciar o comportamento narcisista. Mas é no desenvolvimento infantil e na socialização dessa criança que os traços podem se exasperar.
Estudos sobre comportamento humano indicam duas teorias prováveis para as origens do narcisismo em crianças: a teoria da aprendizagem social e a teoria psicanalítica. A teoria da aprendizagem social sustenta que as crianças tendem a se tornar narcisistas quando seus pais as supervalorizam: quando seus pais as veem como mais especiais e com mais direitos do que outras crianças. Desse modo, a criança internaliza a crença de que ela é especial e superior aos outros. Em contraste, a teoria psicanalítica sustenta que as crianças se tornam narcisistas quando seus pais não são carinhosos com elas. Quando os pais carecem de afeto, eles expressam pouco afeto e apreço e em relação ao filho. Nessa educação, as crianças podem se colocar em um pedestal para tentar obter dos outros a aprovação que não receberam de seus pais.
A fim de confrontar essas duas teorias, pesquisadores holandeses fizeram um estudo com 565 crianças de 7 a 11 anos e seus respectivos pais, e avaliaram longitudinalmente ao longo de 2 anos a relação entre a supervalorização – narcisismo – autoestima versus carinho – narcisismo – autoestima. O resultado foi que o excesso de valorização das crianças pelos pais aumentou a evolução do narcisismo nas crianças, mas não aumentou a autoestima (lembrando que narcisistas possuem problemas com sua autoestima). Já na avaliação do carinho, a falta de afeto não foi relacionada ao narcisismo, porém, crianças que receberam carinho e afeto dos pais tiveram pontuação mais alta na autoestima.
Até o momento, faltam intervenções eficazes para se prevenir ou reduzir o narcisismo nos jovens e crianças, mas é importante que tenhamos o mínimo de conhecimento sobre os processos que levam ao narcisismo. Dado que o narcisismo é cultivado pela supervalorização dos pais, as intervenções de treinamento dos pais podem ser um meio eficaz de reduzir o desenvolvimento narcisista. Tais intervenções podem ajudar os pais a transmitir afeto e apreço aos filhos, desenvolvendo um apego seguro e autoestima, mas sem transmitir aos filhos que eles são superiores aos outros.
Afinal, ninguém é melhor nem pior do que os mais de 7,8 bilhões de pessoas que dividem o planeta conosco. E ao contrário do que dizem alguns "gurus de internet" por aí, não, você não é especial.
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